A PF (Polícia Federal) disse haver indícios de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime durante live realizada em 21 de outubro de 2021, quando compartilhou uma informação sobre suposta relação entre as vacinas contra a covid-19 e a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). A delegada Lorena Lima Nascimento encaminhou nesta 5ª feira (17.ago.2022) o relatório parcial ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do caso.
Segundo o documento, o chefe do Executivo praticou incitação ao crime. A pena é de detenção de 3 a 6 meses ou multa. Eis a íntegra (5 MB).
No relatório, a delegada afirma que a declaração do presidente na live promoveu “total desinformação” e foi “potencialmente capaz de produzir um alarme” a quem teve o ao conteúdo. “Tal informação seria tomada como verdade por quem o visualizava, uma vez que estaria sendo propagada pelo chefe de Estado do país”, declarou.
Bolsonaro promoveu a live ao lado do chefe da Ajudância de Ordens do gabinete do presidente, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Ele também foi enquadrado por incitação ao crime.
O documento menciona declaração de Bolsonaro sobre o uso de máscaras na gripe espanhola. “Diante dos elementos trazidos na presente investigação, Jair Bolsonaro ao propagar a informação de que ‘a maioria das vitimas da gripe espanhola não morreu de gripe de espanhola […] mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscaras’ disseminou, de forma livre, voluntária e consciente, informações que não correspondiam ao texto original de sua fonte”, disse.
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PF diz haver indícios de que Bolsonaro cometeu crime em live
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