Assassinato de Funcionários da Embaixada de Israel nos EUA Levanta Debate sobre Antissemitismo e Ações em Gaza
A recente morte de dois assessores da Embaixada de Israel em Nova York, identificados como Sarah Milgram e Yaron Lischinsky, gerou reações contundentes de ambas as federações judaica e árabe no Brasil. A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) atribuiu o crime ao antissemitismo e às críticas vigentes sobre as ações de Israel na Faixa de Gaza. Segundo a Fisesp, a hostilidade crescente em relação aos judeus é alimentada por discursos negativos que deslegitimam a "legítima defesa" de Israel e clamores internacionais por justiça e segurança.
Em resposta, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) expressou preocupações de que o assassinato possa ser utilizado para evitar que Israel responda a críticas em relação ao seu comportamento no território palestino, onde a situação foi caracterizada como genocídio por muitos observadores internacionais. O crime, que ocorreu em um contexto de intensificadas pressões e críticas à política israelense, levanta questões sobre as dinâmicas de poder e os discursos que cercam o conflito.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, insinuou que o assassinato está diretamente ligado a uma onda de discursos antissemíticos, enfatizando a responsabilidade de líderes globais, especialmente na Europa, por suas palavras.
Na nota de condolência, a Fisesp pediu que as autoridades brasileiras tenham cautela em suas falas, alertando que discursos de deslegitimação podem incitar a violência. A referência à comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que equiparou os atos em Gaza ao Holocausto, foi usada pela Fisesp para reforçar suas alegações.
Embora a Fepal condene o assassinato dos funcionários israelenses, seu presidente, Ualid Rabah, enfatizou que a tragédia não deve obscurecer as discussões sobre os crimes cometidos na Palestina. Ele sugeriu que a morte poderia ser vista como uma oportunidade de evitar que Israel fosse responsabilizado por suas políticas militarizadas no território.
O governo brasileiro, através da Secretaria de Comunicação da Presidência, reafirmou que Lula não se manifestou de forma preconceituosa contra judeus e reiterou sua condenação ao antissemitismo.
O incidente está em meio a um contexto de crescente escrutínio internacional em relação às ações israelenses na Faixa de Gaza, com aliados tradicionais expressando preocupações sobre a dimensão dos massacres e do bloqueio humanitário. Além disso, a África do Sul moveu um processo por genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça, ampliando o foco sobre as políticas de Tel Aviv na região.
Entidade judaica atribui assassinatos nos EUA a críticas à Israel
Fonte: Agencia Brasil.
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